sábado, 5 de maio de 2007

Ô Brasil preconceituoso.


Estive estudando essa semana sobre um fato que ocorreu no âmbito do projeto oitocentista de criação da nação brasileira. No texto que eu estava lendo dizia que ao andar pelas ruas cariocas você podia normalmente deparar-se com um doente mental e morador de rua. Quando essas pessoas "passavam dos limites", elas eram presas em cárceres ou as vezes em celas especiais de hospitais sem o tratameto devido que lhes devia ser conferido.
Incomodados com esse fato, um grupo de médicos (higienistas em sua maioria), começou a lutar pela construção de um hospício para estes "loucos". Como fruto de sua enfadante luta, o hospital foi construído no início do séc. XIX. Daí acontece uma coisa que me muito me incomodou, a instituiçãonas suas duas primeiras décadas foi péssimamente dirigida, e um inquérito enviado ao governo dizia que a casa era apenas uma prisão de loucos.
Esse parecer nos dá espaço para uma nova interpretação do real propósito da criação desse "hosital psiquiátrico". Pois os alienados eram vistos como perturbadores da ordem pública, obviamente eram presos porque deviam estar perturbando essa "lei ética". Mas esse projeto teve seu desenrolar no mesmo período da criação do projeto que estava sendo criado para o Brasil. Talvez o real propósito (implícito, é claro) dessa higienização, era de higienizar as ruas dessas pessoas, tentar deixar nosso país esteticamente bonito, sem loucos, sem perturbadores da ordem pública, da moral e dos bons costumes.
Realmente os higienistas fizeram jus à sua profissão, higienizaram o local, mas desprezaram o verdadeiro sentido de sua profissão quando deixaram de propagar o amor através das mãos médicas, quando deixaram que o julgamento moral prevalecesse do dom natural ao qual todo homem está destinado, o dom da liberdade.