quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

PARA TUDO!!!


Engraçado, revoltante e, no mínimo, curioso.
Hoje, ao ir para o trabalho tomei o ônibus 151 cujo itinerário é Guará I, SIA, SIG, e finda na Asa Norte. Pois bem, isso não tem nada a ver com o assunto. O que quero relatar hoje, é que durante a viagem, estava eu fazendo minha leitura matinal tranqüilo e feliz, sozinho em dois bancos – daqueles mais altos – e quando olho para meu lado direito, vejo o que se pode considerar um fatídico: a capinha de um livreto que dizia com todas as palavras: As 50 orações mais poderosas (como?). A mulher que estava sentada ao lado da proprietária do livro não resistiu e pediu para dar uma olhada.
Pois é, só sei que depois dessa foi difícil retomar minha leitura. Alguns poucos segundos foram suficientes para refletir a que ponto os livros de autoajuda estão chegando. Daí, você questiona: “Mas isso não é livro de autoajuda, é livro de oração!!!”
A priori, não sou cristão nem muçulmano, ou o que quer que você possa pensar. Sou um agnóstico, por isso me defino como nada em se tratando de religião. Mas tive oportunidade de estudar um pouco a bíblia.
Pois bem, minha vez de questionar. Se analisarmos do prisma bíblico de modo geral, esse livro não deveria levar esse nome, mas sim As 50 rezas mais poderosas. Parece idiota né? Só mudou uma palavra. Mas a simples palavra reza traz em sua etimologia o verbo repetir, coisa que não acontece quando se remonta aos primórdios do termo orar. Sendo assim, há uma falha neste bem intencionado livreto que é o fato de que, quem o ler, e, por mais tamanha que seja a fé do mesmo, não se estará fazendo nada mais nada menos do que repetir uma oração feita ou criada por outra pessoa.
Afirmo com toda certeza, que do ponto de vista bíblico, oração poderosa, é oração espontânea! Oração poderosa é oração feita com coração quebrantado! Oração poderosa é oração feita por você, de dentro do seu coração!
Estamos chegando ao ponto de que as liturgias estão nos acorrentando dentro de nossas casas, no trabalho, e como explicitei, até dentro do ônibus.“Tem que fazer assim, de tal jeito, falar tal frase, pular tantas vezes, sentir tal gosto, dar tantos passos...”
Não tem que ser assim. Em se tratando de espiritualidade, a única regra é ser sincero com o seu Deus, tentar servi-lo do seu próprio jeito, pois Ele respeita suas peculiaridades, idiossincrasias. E TE OUVE acima de tudo, independente do grau de qualidade da sua oração, se é que se pode dar esse tipo de definição.
Bom, tentei ser imparcial ao máximo, sem fazer juízo de valor, e apenas tentar relatar o que se passou na minha cabeça de melão (minha namorada costuma dizer isso rsrs) naqueles minutos.
Mas eu esqueci de dizer que a dona do livro, vendo o interesse da outra, não hesitou e, sacou: Orações poderosas, + de duzentas rezas PARA TUDO...
As letras garrafais ficam por minha conta...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Psico-Martinho


Subitamente aparece o sentimento de angústia com a cara dos típicos e melancólicos fins de tarde.
“Seria bom se houvesse uma explicação para todo sofrimento, razão de existência, pós-morte etc.” Refletiu.
Mas Martinho acabara de ler aquele livro, Segredo, e, como que de propósito não encontrara o segredo de nenhuma das soluções para seus corriqueiros e importunos psico-problemas. Se é que se pode definir assim a mania de sofrer do dito cujo.
Certa feita, ao prantear copiosamente sobre uma chaleira, ele aumentara em dois dedinhos o nível de água na qual fervia a água do café matinal. Suas manhãs e noites normalmente têm como trilha sonora os soluços de cada choro praticado involuntariamente (é o que ele diz pra ele mesmo). Isso sem falar das ocasiões em que mudava inúmeras vezes de plataforma apenas para tomar outro carro no metrô e ir da Ceilândia à Estação Central e vice-versa, para pensar na vida. Ele considerava um bom ambiente para reflexões, e como se percebe, não é a toa que resolveu estudar filosofia.
Porém, o intra-relacionamento que Friederich Nietzche registrava em alguns de seus manuscritos, não fez nada bem a Martinho. Dos tantos autores que são percorridos pelo jovem, Nietzsch é o preferido, pois as confusões com crises existenciais refletem o pensamento de Martinho. Mas a principal característica que o faz parecer com o ídolo é o talento para levar invariavelmente todos os relacionamentos ao fundo do poço. A prova disso aconteceu em uma de suas tentativas em que uma garota lhe solicitou pequeno um discurso laudatório que resultou em nada mais nada menos do que vinte minutos de profunda reflexão do prisma filosófico sobre o que se deve dizer a uma mulher num início de relacionamento. Ela foi embora e ele nem viu.
Isso o motivou a parar de ler Freud, porque ele só sabia falar de sexo e Martinho (pudera) não achava contexto para inserir as teorias do psicanalista.
E, numa sexta-feira ao rotineirar a sola dos sapatos pela calçada ondulada de uma praça qualquer, teve as pupilas dilatadas pela visão de uma mocinha que usava óculos de leitura e que, não obstante, estava lendo.
O afinco para com aquele livro, não lhe permitiu que percebesse as oito vezes em que Martinho passou a 0,5 km por hora em sua frente na esperança de obter um olhar como ressarcimento. Este só se deu no momento em que, ao continuar caminhando, distraiu-se (hum, sei!) e tropeçou na quina da calçada.
A mocinha deu um sorriso, deixou Schopenhauer sozinho no banco e foi socorrer aquele rapaz supostamente ferido.
Um segundo, dois, três, quatro, cinco e... “Eu te amo!!!”
O silêncio reinou nos segundos precedentes e até que a moça disse: “Muito prazer, meu nome é Mônica você está machucado?”
“Não, a não ser pelas agressões das antologias da negação do eu e os fracassos em tentar ser humano, demasiado humano. (kkkkk)
Ela rapidamente percebeu que as peculiaridades compartilhavam gostos e soltou a sua: “Assim falou Zaratustra e assim eu digo: Não se deve dizer eu te amo logo de cara rapaz. Para um filósofo, contexto nunca é demais!”
Martinho retrucou: “Acontece que a origem da tragédia está na omissão inteira ou parcial dos sentimentos, mesmo que eles apareçam repentinamente, como se pode presenciar”
Apesar do pouco manejo com cantadas e afins, aquela chance caiu do céu, qualquer coisa que saísse, soava de maneira agradável não fugia do contexto filosófico-romântico.
O diálogo prossegue com cantadas que mais parecem defesa de tese de Filosofia. Mas como diz o ditado: “Cada um dá o que tem”
Ele: “Sempre achei que para além do bem e do mal eu encontraria alguém como você!!!
Ela: “Para mim, capital, preço e lucro não importa, e sim o amor, apenas o amor!!!
Ele: “Pensei muito sobre o suicídio, mas nada que um verdadeiro e puro amor não possa reparar”
Ela: “Agora, o ser e o nada são supérfluos, o que importa é nós dois...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Que seja eterno enquanto dure...


Li uma matéria hoje tããão legal! Falava sobre amor (rsrs).
É uma pesquisa feita por cientistas de uma universidade láááá dos States, que diz maravilhas acerca do dito cujo. Não imaginava que eles pudessem ser tão sensíveis (olha a ambigüidade rsrs).
Na verdade, não são muitas maravilhas, é apenas uma, mas que vale por muitas.
Chega de enrolação! Os tais estudiosos descobriram que a paixão e o amor têm durabilidade. Bingoooo!!!
E vamos aos resultados: em segundo lugar ficou (rufem os tambores) a paixão com um ano de duração – no máximo, rs, coitada. Mas quem sabe um dia ela consegue virar amor né?
E em primeiro lugar ficou... (rufem os tambores, preparem os apitos, chamem o Zeca Pagodinho, e preparem o buffet) ...o Amoooooooor!!! Medalha de ouro pra ele, que, segundo os resultados e constatações, pode durar até os cabelos ficarem branquiiiinhos...
Verdade. Na pesquisa, os cientistas colocavam diante das cobaias (pessoas com no mínimo vinte anos de casados), fotinhas dos cônjuges, e, em alguns casos, a reação do cérebro foi exatamente como de uma adolescente bobinha de paixão e cujo coraçãozinho palpita impetuosamente por aquele rapazinho de cabelos arrepiados do 3º ano...
Talvez não com tanto exagero, mas a exposição das imagens causou estímulo na região do cérebro em que ocorre a produção do neurotransmissor Dopamina - responsável pelos sentimentos de motivação e recompensa. Mas... não são todos os pombinhos que voam tão juntos como a gente achava que fosse. Segundo os resultados, apenas um entre dez casados ainda estão com “el fuego” do início.
Peninha né. Mas por mais tímido que seja o resultado, é bom saber que ainda existem aqueles que se sentem verdadeiramente motivados a organizar um pique-nique, ainda arrumam um jeito de despertar a amada numa inesperada alvorada, ou que arrume coragem para entregar uma simples rosa que seja...

(Com colaboração da Revista da Semana)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ame, apenas ame


Um dilema bem normal nessa nossa vida é a típica pergunta: “O que é o amor?”
Levaria-se talvez dias para dissecar as diversas ramificações desse ser complexo e abstrato que ora nos aflige a alma, ora nos traz toda a felicidade que sonhamos.
Acho que nem um pirata em busca de seu tesouro corre tanto quanto nós corremos atrás de amor.
Seja como ele for, o que queremos é apenas senti-lo e ter reais motivos para escrever um texto romântico ou explicitar uma linda e factual experiência de amor.
O que parece é que ele tem várias cores, raças, formas, odores etc. E ficamos a pensar qual dessas combinações ele utilizará para vir até nós. A espera é longa. Às vezes não.
Ah o amor (estou suspirando (muito) rsrs). Coloco uma música, abro os braços, fecho os olhos e inclino a cabeça para trás, num gesto de hipnose-romântica.
Ops! Perdão por ter fugido da linha de raciocínio...
É que é tão difícil conter um sentimento (ou uma prévia dele) que nos arrebata a racionalidade e nos converte em ingênuas crianças fáceis de persuadir.
Ora, não sejamos hipócritas. Quem nessa vida nunca se deixou levar... Haja coração de pedra para resistir a um beijo, palavras ou até um abraço de um amor.
Pena que nem sempre acontece como na televisão (maldita seja essa formadora de opiniões). É tudo tão bonito, beijos tão sensuais e corpos que se encaixam como porca e parafuso. Tudo é cheio de palavras tão bem colocadas. Tudo acontece na hora certa. Quando esperamos ou não, no fim tudo acaba bem.
Mas nossa vida não é ficção. Tristes são aqueles que só viveram paixões. Para mim a paixão é um trem cujo destino é incerto, entramos em um de seus vagões e quando a viagem acaba, descemos numa estação em que a mais simples das esquinas nos é estranha como uma grande metrópole em fluxo.
Mas estávamos falando de amor né?
Pois bem, é que não podia deixar de comentar sobre seu inimigo número um. Cuidado com a paixão! Tente diagnosticar o mais rápido possível a natureza do sentimento e, o mais racionalmente possível, optar por seguir em frente ou não.
E... Acho que por hoje não tenho mais nada a dizer.
Tente apenas amar o máximo possível. Não falo apenas de uma pessoa para outra, mutualismo. Sua namorada, os animais, a natureza, a arte, a si próprio, ao outro e a Deus.
Ame. Apenas ame.