quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Desabafo

A confiança é como uma montanha muito alta a ser escalada. Tem aquelas pedras escorregadias, aqueles insetos que a gente não conhece, cipós que não são confiáveis. Não há atalhos nem mapas, tudo é súbito. Enfim é um martírio!
Algumas pessoas que eu não esperava, pisaram em falso e caíram da minha montanha essa semana. Fico pensando no que elas farão para subir novamente (caso queiram né). Eu costumo facilitar o acesso ao topo, como já disse em algum texto anterior: “costumo acreditar nas pessoas” e não é por que isso aconteceu que essa crença será lançada por terra.
Pois apesar dos defeitos, sei que sou um cara legal. Sei ser amigo, gentil etc. Vou continuar dando a mão a quem se predispuser a subir. Vou mostrar como a paisagem lá de cima é bem bonita. Cheia de música e boas palavras.
É isso...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Justificativa


"Digo que sou vagabundo por que creio que o ser humano precisa de períodos de vagabundagem, seja para ficar à toa ou para intraconfinar-se numa reflexão filosófica. Eu por exemplo, reservo alguns períodos para isso!"

Jr. Sattamini

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A música e nós


O guitarrista da minha banda tomou uma decisão. Que me afetou não mais do que a ele.

Como sabemos, a vida é feita de escolhas, suas conseqüências são resultados das somas e subtrações que configuram essas decisões.

Bom, ele estava noivo quando o convidamos para tocar conosco, ele prontamente aceitou a proposta. Mas a noiva do rapaz começou com aquelas crises de possessivos o atacou: “Você escolhe, ou eu ou a música!” A resposta foi quase automática, o guitarrista assinalou a letra “b” na mesma hora e entregou o gabarito. Para terminar ela encerrou: “Tudo bem, então vá para o inferno você e sua música”. Ele não foi para o inferno, mas foi com a gente tocar num show no mesmo dia do fatídico.

Na boa! Isso não entra na minha cabeça (apesar do tamanho dela). Na condição de músico, sei perfeitamente o quanto somos assediados, só que ainda não me jogaram calcinhas nem sutiãs. Isso é normal na nossa profissão, e como observamos acima, essa garota estava insegura quanto à seguinte questão: “Eu não sou essa coisa toda, então se aquele galinha ficar rebolando com a guitarra, alguma piranha mais bonita do que eu vai arrastar a cauda (que ódio)”. É óbvio, ela estava insegura e descontou no camarada exigindo uma decisão um tanto injusta.

Somos músicos e amamos a música assim como podemos amar nossas esposas, namoradas etc. Mas a música será sempre um amor eterno. A música nunca irá pedir divórcio, nem o fim do namoro. A música nunca pedirá para eu largar minha namorada ou esposa, que seja! A música nunca pedirá para ser exclusiva, muito pelo contrário, ela quer ser compartilhada. O egoísmo não faz parte da vida de um músico verdadeiro, está em nós repartir o pão, repartir os sentimentos de cada acorde e dissonância.

A música não é exclusividade nossa e não somos exclusivos dela nem de ninguém, ainda mais de um ser que pode a qualquer momento nos virar as costas.