quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um grande aforismo


Não tenho tempo nem para procurar uma toca.
Ou assistir mais um filme triste.
Minha guitarra me convida todos os dias, mas eu ignoro.
Meus pensamentos fazem o mesmo, mas eu os repudio.
As BR’s não sentem mais o tato dos pneus da minha bicicleta.
E o vento não sente mais o calor da minha pele.
O cantor do rádio não tem mais a minha segunda voz.
E a banda não tem mais o meu arranjo.
As namoradas não têm mais meus beijos.
As amantes não têm mais meu sexo.
As mães fictícias não têm mais meus filhos.
E as casas fictícias não têm mais minha família.
A repartição não tem mais minha demanda.
E as escadas do trabalho não têm mais a sola abatida do meu sapato.
O amor não tem mais seu maior fã.
A paixão não tem mais aquele aventureiro com o qual ela brincava, deitava e rolava.
O céu não tem mais o brilho dos meus olhos admirados.
As árvores não têm mais meu amor pelos seus verdes.
As juras de amor não têm mais seu orador prolixo e eloqüente.
As fábulas felizes não perderam seu criador de outrora.
As coisas não mais me têm.
Eu não me tenho mais.
Já me tive um dia.
Assim como um cigarro, desfiz-me.
Igual fumaça...

Sempre ele...


Ahhh, o amor...

Já tentei entender esse sentimento diante de diversas experiências, já compus textos nos quais eu dizia parecer entender de amor. Mas eu vejo que a complexidade do amor enquanto característica, é um vão que só pode ser preenchido com conhecimento empírico. Ou seja, vivenciando.