sexta-feira, 19 de junho de 2009

Novelas


A gente quando vive, vive de tudo um pouco. E por esses dias vivenciei uma novela das oito na qual eu era o ator que bancava o trouxa, mas que não se deu mal no final.
Conheci uma garota (rs, em novelas isso é super relevante) beeeeeeeeeeem bonita, coxas grossas, cabelos loiros e cacheados e um sorriso lindo. Numa noite enluarada e com algumas Antárcticas na idéia, eu dividia minha atenção entre a mulher e meu contrabaixo. Eu tocava num barzinho, e meus amigos haviam levado a tal loira, que por sua vez, não hesitava em me seduzir com o olhar. Toquei horas a fio sob aquela mira que lançava por terra meu pudor, pois automaticamente as expectativas fluíram.
E não foi pra menos. No fim da noite, beeeeeeem no finzinho, eu peguei, e xonei.
A partir daí foram telefonemas, textos, músicas, acordos e, não obstante, utopias. Ela havia ficado sem aparelho celular e perdi o contato.
O interregno da interrupção do interrelacionamento:
Eu comentava com alguns amigos sobre minhas expectativas e saudades até que o primeiro me disse: “Ela tem namorado”, o segundo confimou, o terceiro reforçou, o quarto encerrou: “Não fique alimentando ilusão”.
Preferi acreditar nos meus amigos, largar a causa da loira e tentar arranjar alguém, eu até que consegui uma aqui, outra ali...
E, em certa feita fui convidado a tomar cerveja numa tarde quente e convidativa para tal exercício. Fui. Lá chegando percebi a presença de todos os amigos e para meu espanto, a loira também estava. Fiz questão de sentar-me próximo a ela - era muita saudade, eu não agüentei. Mas de cara fechada como eu estava, não iria sair papo nenhum e há dias eu queria encontrá-la para questionar o lance do namorado dela.
E ali estava eu, bem do ladinho, chamei-a para conversar e ela se recusou a ir, na segunda tentativa ela fingiu que não me ouviu e não terceira ela cedeu. Encostamo-nos num carro, ficamos tête à tête e lancei a pergunta: “Você tem namorado” e, na lata ela respondeu: “Não, eu não tenho namorado. Aliás, eu estava com você e fiquei sabendo que você ficou com outra garota, portanto eu não tenho mais confiança em você, podemos ser amigos, mas não podemos ficar”. Alguém da mesa havia dito que eu fiquei com outra garota. Por qual motivo fizeram isso, eu não sei.
Aff, aquilo foi o fim da picada, fiquei arrasado por ter estragado tudo. Garota bonita, aparentemente legal, trabalha, estuda. Fui em casa para tomar um banho e voltei para o bar. Eu estava bem vestido, levei violão para tocar umas músicas na roda e assentei-me novamente ao lado dela quando, subitamente, ela atente ao celular e sai em busca de alguém. Cinco minutos depois volta a linda loira com um rapaz que, sobre uma moto acompanhou o carro dela.
O dito cujo se sentou na cadeira que ela estava, ou seja, do meu lado. E num despudor sem limites ela se sentou no colo dele e os dois começaram a se beijar ali, do meu ladinho.
Obviamente, a essa altura, não havia lugar onde eu pudesse enfiar minha enorme cara de tacho. Ela havia mentido, me acusou de traição, mentiu dizendo que não tinha namorado e foi buscar o cabra na maior cara dura. É uma p.... mesmo!!!
Mas como disse no primeiro parágrafo, eu não me considero um perdedor no final de tudo. Pois o chifrado da história foi ele e de quebra eu descobri quem foram as pessoas que me queimaram para a loira naquela mesa.
Não sei o que essas pessoas ganharam falando de mim. E não sei o que essa loira ganhou tentando brincar comigo.
Gosto de descobrir quem são realmente as pessoas que dizer ser amigos, que batem no ombro e dizem que “pode confiar”. Foi uma grande decepção, mas no dia seguinte eu me afastei, e, quer saber, estou me sentindo muito melhor, pois agora só ando com algumas pessoas daquele grupo. Não tenho raiva de ninguém, de verdade, não tenho mesmo, só procuro evitar alguns, para evitar outra novela...