quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pronunciado



Levei algumas broncas porque explicitei um fato nesse blog. Querem que eu pense coisas boas, sorria incessantemente e que eu escreva coisas bonitas. Sendo que, no MEU blog, eu escrevo o que quero, tanto que o fiz para isso: para me explicitar. Meu blog se chama Eu Júnior, fala de mim, fala do Júnior. Independentemente do meu estado de espírito, vou falar de mim de maneira crua e nua, escrevo sobre minha pessoa, fatos, ficções que crio, e tudo isso é fruto da maneira como me sinto. Se um texto tem um teor de alegria, e porque estou alegre, se tem um conteúdo mórbido, é porque assim me sinto. Então, peço a vocês, amados leitores, que caso algum de meus escritos os incomode, não venham me repreender pela maneira como compus um texto, apenas tentem entender que não sou personagem de conto de fadas, muito menos um poeta enamorado. Sou um ser humano dotado de falhas e dificuldades impostas pela vida como qualquer outro reles mortal. Portanto, permaneço em minha posição de transparência, que ao invés de criticar, vocês deveriam admirar...

terça-feira, 26 de maio de 2009

...


Minha semana começou na terça-feira, e não muito bem. Meus pensamentos parecem estar espremidos. Lembro que ontem (segunda-feira) peguei o violão no intervalo das aulas e tentei proferir alguns acordes. Além da oxidação das cordas, minha falta de inspiração só me rendeu poucas notas sem brilho algum. O som do violão até que estava bom, mas eu estava um lixo. Hoje eu subi as escadas do meu trabalho com quase uma bigorna na cabeça de tanto peso que habita na minha consciência. Segui em direção à porta da minha sala, não dei bom dia aos demais e pensei algo do tipo: “mais um dia ruim”. Tomei café e estou aqui, pensando se vim para trabalhar ou alimentar minha depressão. As coisas se tornaram mais difíceis para mim de uns tempos pra cá. Não sou feliz. Definitivamente não sou feliz. Não gosto deste trabalho nem da minha faculdade. E não sei se largar tudo isso faria com que eu me sentisse melhor. Pois de repente, ficar sem trabalho e sem estudo, também não me fizesse feliz. Esse é o grande motivo pelo qual eu me desespero. O que eu vivo me desespera e o que eu hei de viver pode me deixar mais aflito do que hoje. Hoje, eu quero que passe. Tomara que as horas voem, tomara que ninguém me note. Que eu passe desapercebido na frente do chefe para que ele não me confira nenhuma demanda ou me chame para uma conversa. Não quero participar das piadas, nem tampouco rir delas. Estou emagrecendo espiritualmente. Rumo ao óbito, eu caminho freneticamente. Meus amigos, minha mãe, ninguém percebe. Mas uma hora eu me vou. O que espero, é que esse dia chegue logo.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um grande aforismo


Não tenho tempo nem para procurar uma toca.
Ou assistir mais um filme triste.
Minha guitarra me convida todos os dias, mas eu ignoro.
Meus pensamentos fazem o mesmo, mas eu os repudio.
As BR’s não sentem mais o tato dos pneus da minha bicicleta.
E o vento não sente mais o calor da minha pele.
O cantor do rádio não tem mais a minha segunda voz.
E a banda não tem mais o meu arranjo.
As namoradas não têm mais meus beijos.
As amantes não têm mais meu sexo.
As mães fictícias não têm mais meus filhos.
E as casas fictícias não têm mais minha família.
A repartição não tem mais minha demanda.
E as escadas do trabalho não têm mais a sola abatida do meu sapato.
O amor não tem mais seu maior fã.
A paixão não tem mais aquele aventureiro com o qual ela brincava, deitava e rolava.
O céu não tem mais o brilho dos meus olhos admirados.
As árvores não têm mais meu amor pelos seus verdes.
As juras de amor não têm mais seu orador prolixo e eloqüente.
As fábulas felizes não perderam seu criador de outrora.
As coisas não mais me têm.
Eu não me tenho mais.
Já me tive um dia.
Assim como um cigarro, desfiz-me.
Igual fumaça...

Sempre ele...


Ahhh, o amor...

Já tentei entender esse sentimento diante de diversas experiências, já compus textos nos quais eu dizia parecer entender de amor. Mas eu vejo que a complexidade do amor enquanto característica, é um vão que só pode ser preenchido com conhecimento empírico. Ou seja, vivenciando.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mudanças, boas mudanças


O vento agora tem formato e cor, a cor agora tem cheiro e corpo
O amor não é mais abstrato tanto que podemos vê-lo de frente e tocar sua pele ora tenra, ora áspera
Os sentimentos foram materializados, de forma que podemos destruir os ruins e adicionar arranjos de flores aos bons
O mal está sofrendo, está ficando transparente, é como se, devagar, a essência dele se desfizesse paulatinamente, pouco a pouco, passo a passo, e não pudéssemos mais vê-lo
As palavras têm um tom a mais de maciez, suscitando assim, mais paz de espírito a cada vez em que são proferidas
Os olhares não mais como outrora, não têm mais segundas intenções, somente a primeira e única que é, através de cada mirar, conferir confiança e carinho
Os abraços abraçam-se como se fosse pela última vez hoje, o de amanhã é mais apertado, o de depois de amanhã é uma fusão
Os carinhos ganham mais vida, tornam-se mais saudáveis e presentes no inter-relacionamento, afago, desvelo, cuidado e zelo fazem parte do contexto
Os passos andam tão juntos agora que parece até que ensaiaram como metrônomo e tudo
Os corações atuam no mesmo BPM, e tudo ao redor e ao derredor torna-se sinônimo de encaixe, de compreensão, de confluência, de convergência
Tudo parece ter dado certo para todo mundo, e quando todo mundo mais precisava...

Finalmente


Depois de quase cair no mar bravio, depois de tanto remar à esmo e procurar por todo lugar. Depois de beber uma impura água, depois de respirar um impuro ar, eu encontrei vocês.
Depois de tanto chorar de tristeza, e desfalecer porque me doei e a recíproca nunca era verdadeira, depois de tanto empresar, ou até mesmo dar, depois de confiar e até defender a causa, nunca dava certo, mas eu encontrei vocês.
Depois de ouvir juras de amizade cheias de eloquência que chegaram a me convencer, vocês nem me disseram nada, mas nossa amizade é empíricamente comprovada.
Vocês preenchem meu vazio, me fazem esperar ansiosamente pela sexta-feira, e depois que ela chega, tudo que eu não quero é que a segunda-feira chegue.
É muito bom estar aqui, é muito bom ter um espaço que me caiba no coração de vocês. É muito bom tocar violão por noites, tardes e manhãs a fio. É muito bom transcender a má fase, é maravilhoso sair da depressão, vocês são divinos, vocês são ímpares.
Agora tudo está em calma pra mim, nem um estoque de maracujina me acalma tanto quando estar em vossa companhia, eu precisava de paz e acho que encontrei.
Eu encontrei vocês.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Hamas, terrorismo ou libertação?



Engraçado, quando estou a conversar sobre assuntos do tipo: guerra, terrorismo, Oriente Médio e conseqüentemente a longínqua guerra entre israelenses e árabes, é normal (normal até demais) ver aquele estereotipado sentimento de raiva para com o grupo Hamas.
Afirmo com veemência que não há motivos para odiar tanto esse grupo sem ao menos saber a razão pela qual ele existe, luta, bombardeia ou sei lá, use sua imaginação...
O Hamas, ao contrário do que a grande mídia brasileira prega e tacha, não é um grupo de seguidores de Osama Bin Laden doidos para serem como o mestre. Muito pelo contrário, é um grupo politicamente organizado que, pasmem, ganhou as eleições democráticas da Palestina em janeiro de 2006 e desde então está no controle do tão subjugado país.


MAS QUAL É O MOTIVO DESSA GUERRA?


É importante que relembrar o principal motivo da guerra que já dura mais de meio século. Como está registrado nos anais da história do Oriente Médio, os judeus que não foram mortos no holocausto promovido por Adolf Hitler na Alemanha foram remanejados pela ONU a terras que até então pertencia aos palestinos. O resultado dessa imigração foi uma ocupação final de 78% do território palestino que ocorreu após a homologação do Estado de Israel (na terra dos islãs) que ocorreu em 14 de maio de 1948. Embora a terra prometida estivesse sendo entregue nas mãos dos judeus, a estrela de Davi erguida pelos israelenses vem sendo ofuscada pela falta de diplomacia que, desde então, reverbera em todo o mundo em virtude da guerra contra os árabes.


E O QUE O HAMAS TEM A VER COM ISSO?


O Hamas, além de governar (e muito bem) a Palestina, exerce o papel de defensor do território e dos valores morais e religiosos do país. Pois, como se não bastasse a Israel receber (repito) 78% de um país todinho só para ele, mata milhares de civis nos ataques às terras palestinas.
Com citei acima, o Hamas ganhou as eleições e governa muito bem o país. Isso é fato, mas não é pregado pela mídia. Embora o grupo tivesse o objetivo central de implantar ideologias religiosas e militares no início do governo, isso não foi posto em prática. Não no tempo esperado pelo grupo, pois as necessidades de um governo que fosse melhor que o anterior, sobrepujaram os planos em longo prazo do Hamas. O governo, que estava sob o domínio o Fatah (em árabe, essa sigla significa “Movimento de Libertação Nacional da Palestina”) estava corrompido quase que por completo. O que se via eram Escândalos políticos e governantes esbanjando prosperidade que contrasta com a pobreza existente em grande parte da Palestina. Isso causou grande fúria por parte da população que, a essa altura, esperava por algo que lhes conferisse segurança, proteção.
É aí que o Hamas entra. Consertou a casa, trouxe à tona a luta pelo direito à não ocupação das terras que lhes sobraram e promove um islamismo aparentemente saudável à população. Lutam por uma vida melhor e mais justa aos pobres, criam programas para resolver problemas mais emergentes e, por isso, tiveram que dar um tempo nas metas de longo prazo, como a luta pela recuperação total de seu território.


A PALESTINA NÃO ESTÁ SÓ


É difícil explicar, mas grande parte dos movimentos de libertação politicamente organizados na Palestina abandonaram a luta pela resistência conta Israel. O Hamas veio em um tempo oportuno, e não merece ser tido como “o único que sobrou”, mas sim como pessoas que embora não tenham valores morais compatíveis aos de todos nós Ocidentais, demonstram uma coisa em comum com nós brasileiros, “não desistem nunca”.

(Texto escrito há cinco meses)

Imagine só...


João parecia um bebê. Choraaaaaava...
João estava tão mal que chega a fingir que poste é gente só para abraçar e isso não basta, ele cria amigos imaginários. Uma de suas amizades imaginárias acabou ontem à noite porque Paulo furou com ele, que havia marcado em sua casa para assistir Jackass, e apenas Márcio e Juliana – também amigos imaginários (aliás, Juliana é namorada imaginária) – compareceram ao evento. Mas tudo bem, ele não considerava Paulo um grande amigo.
No lugar de Paulo ele criou seu irmão imaginário Juarez, homem dotado de grande riqueza intelectual e é o melhor atual conselheiro de João. Nada melhor do que pedir conselho para o irmão mais velho não é?
Mas os dias passam, e João troca de amigos como se troca de cueca. Ele não consegue criar nenhum brother. Juarez dava bronca demais, Juliana era muito grudenta, e Márcio estava lhe devendo uma tábua de cortar carne e não pagou.
Mas ele prefere ter decepções inexistentes a voltar a lidar com pessoas de verdade. Já foi passado para trás, traído, assaltado, esquecido, subjugado etc.
Vive de uma pensão vitalícia, o pai deixou uma casa e a mãe o abandonou quando ele tinha cinco anos. Parece ser um histórico ruim, mas ele até que se conforma com o fato de não mais ter a mãe real por perto, pois só assim, pode criar sua mãe imaginária que atualmente está na Itália, ela é diplomata e liga de dois em dois dias para saber como estão as coisas e dar boa noite ao filho.
Agora, João está ligando para alguns amigos imaginários de outras cidades. Ele vai marcar um piquenique num parque de verdade, e ser feliz de mentira...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sem mais


Temos realmente muito poder em nossas mãos para sujar nossas fichas, poluir águas, acrescentar peso à nossa consciência.
Pendemos mais para o erro do que para o acerto. Estamos mais vulneráveis para os fatídicos e afins.
Às vezes as noites sombrias passam em câmera lenta ofuscando a imensa vontade de ver o sol nascer. E muitas vezes precisamos de óculos de um alto grau para vê-lo reluzir trazendo nos raios um rápido calor de esperança por saber que a estrela mais aguerrida, ainda arde em pleno vigor.
Mas com um pequeno toque de pessimismo convertemos essa luz em trevas dentro do nosso ser confuso, e pobre de amor.

Amor...

Amor...

Amor...

Por mais que tenhamos embasamento intelectual filosófico acerca desse sentimento, ele – o amor – torna-se automaticamente uma vítima do nosso estado de depressão. Ele tenta se aproximar e entrar no nosso coração, mas como que de propósito, jogamos a chave fora e não abrimos mais para ninguém.
Nos agachamos nos cantos mais escondidos e escuros como se aquele pequeno espaço nos trouxesse o silêncio que tanto almejamos, como se as sombras que dominam aquele metro quadrado nos fossem uma trincheira contra acusações, cobranças e decepções.
Meus olhos querem lacrimejar, mas, não é suficiente, nem tampouco alivia, só acentua os tão facilmente multiplicáveis dramas metafísicos, outrora e agora, por mim vivenciados.
Queria, sinceramente ter poder suficiente para materializar toda sorte de sofrimento para poder esmiuçá-la com minhas próprias mãos, e só assim, poder descansar em paz por saber que tudo o que era ruim virou pó.

Sem mais...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É cada uma que me aparece




Realmente eu estou devendo muito. Afundei-me numas dívidas de uns tempos pra cá e tem sido difícil sair dessa maré. Parece até areia movediça, quanto mais eu tento sair, mais eu me afundo. Vai emprestar dinheiro pra que?
Estava eu conversando com uma amiga sobre dívidas e eu contava meus problemas financeiros infindáveis, quando ela disse que havia passado pelas mesmas tribulações. Eu citei exemplos relatei os fatos e disse os porquês de ter emprestado dinheiro a outrem.
E ela decidiu também colocar um pouco de pormenor na conversa. Assim como eu, começou a dizer dos casos até que um me chamou atenção e nos arrancou longos risos.
Dizia ela que um amigo adquiriu uma linda cadela, ainda filhote. Mas, para total desilusão do proprietário, num determinado momento eles puderam notar a ausência de um orifício muito importante na vida de qualquer ser humano, qual seja: o ânus. Isso mesmo: o cú! A pobre cahorrinha veio sem o ‘o’. Mas o amor falou mais alto. Numa tentativa de amenizar ou dar fim ao sofrimento do animal, o dono foi em busca de dinheiro para realizar uma cirurgia “fura buraco” pela qual o serviço veterinário cobrou a significativa quantia de 800,00 R$ (Oitocentos reais).
E foi do bolso da minha amiga que saiu o financiamento do bendito cú.
Podemos imaginar o tamanho da felicidade desse animal e maior ainda do dono, que agora não vê mais o bichinho gritar de dor ao ter que passar o fax pela vagina. É uma pena que, assim como meus devedores, ele não devolveu o dinheiro à minha amiga. Mas de que vale o dinheiro? O mais importante é ver que a cadela agora não sente mais dor, não se sente mais excluída pela comunidade canina, pois pode ser cheirada atrás pelos patrícios também dotados de cú. Ops, de anus...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Status cuo



Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...

Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...

São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...

Romântico
É uma espécie em extinção!
Romântico
É uma espécie em extinção!

Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...

Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...

São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...

Romântico
É uma espécie em extinção!
Romântico
É uma espécie em extinção!

Românticos são poucos
Românticos são loucos
Como eu!
Românticos são loucos
Românticos são poucos
Como eu! Como eu!


(Música - Vander Lee)