segunda-feira, 27 de abril de 2009

Castelodecartas


Tento ver a menor expectativa possível nas coisas que me ocorrem. Tenho feito textos cheios de esperanças. Escritos coisas motivadoras para mim mesmo – é só ler os de baixo.
Mas, as adversidades nunca descansam, e não tem sido diferente comigo. Parece que quando tudo está na medida em que esperávamos, uma brisa sorrateira derruba nosso lindo castelo de cartas.
E é tão difícil reconstruí-lo, as cartas parecem ficar mais escorregadias, perdemos parte da coordenação motora de uma maneira tal, que não conseguimos passar nem do alicerce. Daí passo a fingir que meu castelo é bonito com ás de ouro e reis nas partes superiores. Mas não passa de cartas espalhadas à esmo, que a gente não sabe se recomeça com o coringa ou sete de paus. Não sabe de que lado começa, ou qual formato terá o novo castelo, se ele será largo ou alto, desafiador ou simples.A frustração chega e as cartas caem no começo novamente dando ar a um desespero que já vem desde a primeira queda. Nessas horas eu abaixo a cabeça, acendo um cigarro e escrevo um texto, para só depois, puxar a primeira carta. A que dará início a um novo castelo cheio de esperanças...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Persistência


Tudo é belo e todos são belos. Basta ter esse ponto de vista. Tudo depende dos óculos que usa. Depende apenas de suas expectativas, de querer ver além dos problemas e suas conseqüências. De acreditar que no fim tudo acabará bem.
Tudo é belo e todos são belos. Todos os momentos por mais adversos que tenham sido, têm belas lições as quais podemos levar para o resto da vida.
Só é preciso um pouco de discernimento. Só é preciso entender as situações e os motivos pelos quais elas acontecem.
Só precisamos exercitar um pouco mais nossa auto-estima, crer em nós mesmos, crer nas pessoas – mesmo que queiram agir com má fé. Fazer nossa parte é fundamental. Colaborar para uma completa harmonia, nos faz sentir bem e ao outro também. Faz bem a todo mundo ser gente boa. Faz bem a todo mundo contar uma piada, cantar uma música, dar um bom dia somado a um abraço com direito a olhos fechados e um beijo nos ombros.
Dizer “eu te amo” é outra tática legal. Dizer “gosto de você do jeito que você é” nos traz alívio. Dizer “você é importante pra mim” nos faz sentir especiais.
Chorar com as pessoas é uma maneira de tomar para nós metade da dor vigente ou de multiplicar por dois a alegria que flui daquele momento. Escrever para um amigo e dizer que “você faz falta...” poderia ser o que ele estava precisando ouvir naquele dia, naquele determinado momento.
Não precisa de palavras bonitas ou poemas consagrados. Basta deixar que o coração fale e passar tudo para o papel. Basta querer ajudar de verdade. Só basta querer mostrar para as pessoas como tudo é belo e como todos, absolutamente todos são muito belos...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Arranjos ou detalhes?


Conheci uma garota interessante, e vou descreve-la da maneira como enxerguei qualidades e curiosidades que – supostamente – habitam na pessoa daquela linda morena.
Vamos começar. Como já disse, ela é morena, tem olhos convidativos, lábios cujos arcos são acentuados em cima e em baixo dando vida a um lindo sorriso, cabelos cacheados que lhe são uma adorável peculiaridade, e um corpo perfeito que acredito ter sido cultivado com cuidado pela proprietária. Demonstrou uma personalidade que me faz querer conhecê-la cada vez mais. Uma conversa que fluía originalmente, sem disfarces ou medos, me fez confiar nela, inicialmente, como companheira de confidencias “superficiais a priori”.
Citadas as qualidades das qualidades, quero trazer à tona uma curiosidade que fez pensar numa questão para a qual até hoje eu não havia me dedicado.
Estávamos dentro do meu carro até que, numa tentativa de fazer uma brincadeira, lhe perguntei: “Qual seu nome mesmo?” tão logo ela respondeu com ar de decepção: “Ah, fala sério”...
Nós nos conhecíamos a dois dias, e eu já sabia o nome dela, tentei justificar o que eu disse, mas a reciprocidade parece ter sido negativa, do tipo: “Como esse cara tá aqui comigo e não sabe nem meu nome???”
Aquilo me serviu como um norte reflexivo que me transportou para uma questão do que é de fato relevante num relacionamento que, quem sabe, estará em vias de se estabelecer. Pois o que há de tateável para mim é nada mais, nada menos do que esperanças em forma de pintura abstrata. Não digo utopia porque ela é real, e me transmitiu segurança, decisão, carinho, auto-estima etc.
Mas voltando ao ratiociniu: o nome. Naquele momento a temperatura abaixou, o coração voltava ao BPM corriqueiro, a racionalidade era retomada paulatinamente, e os instintos desfaziam-se como as fumaças de um fumante sob a luz de um poste.
Não penso que detalhes devem reger uma relação, ou o que quer que seja. Os detalhes são nada mais nada menos que pequenos adornos em grandes arranjos, os quais, dão brilho ao momento, à vida a dois, ao amor. O amor por sua vez, deve conter arranjos cujos detalhes lhe confiram essência de confiança mútua, a qual se apega a detalhes sim! Mas que não deixa cair por terra uma história de vida, ou de uma noite que seja, por causa de um detalhe.
Um detalhe é apenas uma parcela, um ponto percentual. Dizem que “ninguém é cem por cento”, ou que “nem tudo é perfeito”, e isso se dá porque volta e meia se esquece de um detalhe que reduz em uma escala de um a cem por cento as chances precedentes. Só depende da interpretação do outro. Não quero ter que medir palavras simplesmente porque uma delas poderá reduzir minhas chances. Isso é da vida, do cotidiano, das convivências. Isso, é detalhe...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Contraste


Só sei que de algum jeito tudo iria ficar muito estranho. No começo era apenas homem x animal, peão contra boi e vice-versa. Para mim, a festa transcorria bem até que a convite de bons velhos amigos me uni a eles numa mesa abatida por jogos de truco ou por banais bêbados empolgados.

Para meu profundo e metafísico incômodo, havia ali uma rosa que lutava por um espaço entre os copos repletos de cerveja e, não obstante, cigarros baratos. Prostitutas, amigos de toda sorte e natureza marcavam presença ao derredor do objeto/palco de minha linha de raciocínio, a mesa.

Pobre da rosa. Tão ingênua como uma criança que está para nascer. Mas foi ela quem ressarciu minha ânsia por manter-se puro. Inalei o odor da rubra planta até perceber o quão inversa, segundo valores morais urbanos, era aquela situação.

Tive pena da rosa que apesar de tão bela, corrompia-se paulatinamente com tanta promiscuidade a assolar sua beleza natural.

Um pequena interregno me motivou a aspirar novamente o tal perfume. Eu precisava sair dali e salvar a rosa, mas me deixei levar por risos e juras de amizade.

Neste momento estou no meu quarto. São duas e cinqüenta e um da madrugada. Saí ileso daquela mesa, abandonando, por mera distração, a causa de ser “O Salvador da Rosa”.

Mas tenho certeza absoluta (mesmo que esteja cometendo pleonasmo) de que a essência daquela rosa permanecerá nos anais da história da minha vida. Continuo sem entender o motivo deste texto, mas hei de discernir o porquê de esse fato ter acontecido. Só não se vou conseguir em meio a tanta confusão que me ocorre agora.

Mas em meio a tantas pessoas que insistiam em puxar assunto, algo com caule e pétalas me chamou a atenção e arrebatou-me os sentidos, e você já sabe o que é.

Novidades...


Quero começar a viver de um novo jeito. Ter outros tipos de compromissos. Esses de agora já me sufocaram e me envelheceram por demais. Estou me sentido como um ranzinza precoce mas consigo esconder esse meu lado caduco numa boa. Mas não quero ter que esconder nada, ou não quero ter nada para esconder. Quero ter motivos reais para pegar o violão e cantar minhas músicas favoritas. Sentar com amigos e falar de minhas investidas e seus resultados, ou simplesmente falar da cor do céu daquela tarde, ou do brilho das estrelas daquela noite. Quero amar intensamente a música e meus cachorros. Quero ter mais tempo para minha família, de um tempo pra cá eu percebi o quanto eles são importantes na minha estabilidade emocional, embora certas desavenças insistam em querer implantar desajustes em nosso relacionamento. Quero conquistar mais amigos ou colegas. Quero arranjar uma namorada, bem bonita, por dentro e por fora. Quero viver um pouquinho mais, para ter certeza de que tudo não foi em vão, de que tantas solas não foram gastas à tôa. De que troquei tantos encordoamentos sem ter tocado um coração sequer. De que fiz tantos acordes sem ter encontrado a harmonia perfeita...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

...


O que você quer dessa vida? Ela, definitivamente não tem algo duradouro a te oferecer a não ser alegrias e tristezas, dúvidas e certezas. Não se sabe o que virá em maior número, mas costumamos ser otimistas em meio a trovões barulhentos que ofuscam vozes de paz e harmonia.
Droga! Esse texto está horrível! Um assunto tão complexo e batido, tema de pessoas depressivas e que só conseguem ver o lado ruim das coisas. Vivem queixando-se do muito ou do pouco que têm. Nada presta e nunca vai prestar, esse é o lema!
Que nada. As árvores são tão, mas tão verdes que até dá gosto de ficar olhando. Os pássaros sempre cantam no tom, e às vezes rola até uma segunda voz. As formigas, sempre dando lição de moral e coexistência, trabalham feito loucas para poderem ficar de boa, e dar um rolê com a mulher e os filhos na praça sem ter que se preocupar com mantimento. Os cachorros são tão brothers, que a gente nem se sente merecedor de tanta lealdade e companheirismo.
Mas a porra da depressão não deixa ver essas coisas simples. Tem sempre um motivo para chorar de tristeza, para se suicidar, ou largar tudo e sumir...


Daí lá vou eu ouvi Cry for you do Andy Timmons e abaixar a cabeça. Sempre que faço isso no trabalho levo uma bronca do chefe. Porque não tenho ânimo nem para ler os processos ou, simplesmente, ligar o computador que seja...