quarta-feira, 22 de abril de 2009

Arranjos ou detalhes?


Conheci uma garota interessante, e vou descreve-la da maneira como enxerguei qualidades e curiosidades que – supostamente – habitam na pessoa daquela linda morena.
Vamos começar. Como já disse, ela é morena, tem olhos convidativos, lábios cujos arcos são acentuados em cima e em baixo dando vida a um lindo sorriso, cabelos cacheados que lhe são uma adorável peculiaridade, e um corpo perfeito que acredito ter sido cultivado com cuidado pela proprietária. Demonstrou uma personalidade que me faz querer conhecê-la cada vez mais. Uma conversa que fluía originalmente, sem disfarces ou medos, me fez confiar nela, inicialmente, como companheira de confidencias “superficiais a priori”.
Citadas as qualidades das qualidades, quero trazer à tona uma curiosidade que fez pensar numa questão para a qual até hoje eu não havia me dedicado.
Estávamos dentro do meu carro até que, numa tentativa de fazer uma brincadeira, lhe perguntei: “Qual seu nome mesmo?” tão logo ela respondeu com ar de decepção: “Ah, fala sério”...
Nós nos conhecíamos a dois dias, e eu já sabia o nome dela, tentei justificar o que eu disse, mas a reciprocidade parece ter sido negativa, do tipo: “Como esse cara tá aqui comigo e não sabe nem meu nome???”
Aquilo me serviu como um norte reflexivo que me transportou para uma questão do que é de fato relevante num relacionamento que, quem sabe, estará em vias de se estabelecer. Pois o que há de tateável para mim é nada mais, nada menos do que esperanças em forma de pintura abstrata. Não digo utopia porque ela é real, e me transmitiu segurança, decisão, carinho, auto-estima etc.
Mas voltando ao ratiociniu: o nome. Naquele momento a temperatura abaixou, o coração voltava ao BPM corriqueiro, a racionalidade era retomada paulatinamente, e os instintos desfaziam-se como as fumaças de um fumante sob a luz de um poste.
Não penso que detalhes devem reger uma relação, ou o que quer que seja. Os detalhes são nada mais nada menos que pequenos adornos em grandes arranjos, os quais, dão brilho ao momento, à vida a dois, ao amor. O amor por sua vez, deve conter arranjos cujos detalhes lhe confiram essência de confiança mútua, a qual se apega a detalhes sim! Mas que não deixa cair por terra uma história de vida, ou de uma noite que seja, por causa de um detalhe.
Um detalhe é apenas uma parcela, um ponto percentual. Dizem que “ninguém é cem por cento”, ou que “nem tudo é perfeito”, e isso se dá porque volta e meia se esquece de um detalhe que reduz em uma escala de um a cem por cento as chances precedentes. Só depende da interpretação do outro. Não quero ter que medir palavras simplesmente porque uma delas poderá reduzir minhas chances. Isso é da vida, do cotidiano, das convivências. Isso, é detalhe...