sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Toca aquela!!!


Fazer música é bom, é muito bom. Ser músico é uma dádiva que Deus me deu. Um presente que não sei se tenho como demonstrar gratidão. Mas tem gente que não compreende essa beleza, que resume a música a algo que faz dançar ou o a um simples fundo para preencher um silêncio. Terça agora estava eu num bar aqui por perto. Por lá alguns amigos meus faziam uma noite de música instrumental – onde não há cantor, as letras das músicas são executadas pela guitarra, saxofone, violão etc. Para não ficar só naquilo, há alguns momentos em que eles chamam cantores presentes para dar uma canja e apresentar suas composições. A noite estava boa, fui até convidado a dar uma palhinha, cantei duas músicas de minha autoria. Depois, eles retomaram o som instrumental – que era a proposta da noite. Lá por volta das onze chegou uma mulher alta, loira e desbocada. Sem saber do que se tratava, começou a gritar: “Vai ficar só nisso aí?”, ou então: “Ninguém vai cantar não?”, ou: “Acaba logo isso!!!”, enfim... Putz! Todo mundo no bar se sentiu incomodado, e principalmente os músicos, que não cobram um tostão para realizar a noite. Eu estava sentado ao lado da mesa dela e me virei para repreendê-la. Fui bastante educado e expliquei do que se tratava, expliquei até o que é música instrumental, mas a tosca não entendeu. Ela só sossegou quando a última convidada assumiu o microfone e cantou os clichês de Ana Carolina e Cássia Eller. Acho que ela escolheu esse repertório só pra calar a boca da dita cuja mesmo. Por que ainda assim, se ela se arriscasse a cantar uma música de sua autoria pode ser que de alguém da platéia surgisse um grito tipo assim: “Vai ficar só nisso aí?”, “Que merda! Eu não conheço essa música!”, “Canta Jorge & Mateeeeeeeeeeeeeeeeeus!!! Aff...