segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Kiss



Beijar é...

É...

Como dizer?

Se é que há como dizer

Talvez não caiba numa síntese

Talvez não haja nada igual

Não! Não há!

Nem um lento e arrastado blues em tom menor.

Nem uma lua maquiada e sedutora

Não são teus arcos, ó lábios.

Sabe aquele arrebol

Que anuncia o sol?

Você ainda consegue ser melhor

E pior ao mesmo tempo.

Porque a manhã, verei todos os dias

Mas a ti,

A ti não.

Teus lábios estarão anunciando algo

Que não será a cumplicidade dos meus.

Rasgar-lhe-ia a fronte.

Ao passo que

Separaria a boca numa fortaleza

Coberta por mil montes,

cujos quais arranham o céu e rasgam-lhe a epiderme até sangrar o firmamento.

Veja. Minha boca se move de acordo com a sua hipnose.

Toda minha ansiedade o seu beijo cobre. E me afaga, tenro, macio, belo.

Que viagem.

Espero não voltar...