Só sei que de algum jeito tudo iria ficar muito estranho. No começo era apenas homem x animal, peão contra boi e vice-versa. Para mim, a festa transcorria bem até que a convite de bons velhos amigos me uni a eles numa mesa abatida por jogos de truco ou por banais bêbados empolgados.
Para meu profundo e metafísico incômodo, havia ali uma rosa que lutava por um espaço entre os copos repletos de cerveja e, não obstante, cigarros baratos. Prostitutas, amigos de toda sorte e natureza marcavam presença ao derredor do objeto/palco de minha linha de raciocínio, a mesa.
Pobre da rosa. Tão ingênua como uma criança que está para nascer. Mas foi ela quem ressarciu minha ânsia por manter-se puro. Inalei o odor da rubra planta até perceber o quão inversa, segundo valores morais urbanos, era aquela situação.
Tive pena da rosa que apesar de tão bela, corrompia-se paulatinamente com tanta promiscuidade a assolar sua beleza natural.
Um pequena interregno me motivou a aspirar novamente o tal perfume. Eu precisava sair dali e salvar a rosa, mas me deixei levar por risos e juras de amizade.
Neste momento estou no meu quarto. São duas e cinqüenta e um da madrugada. Saí ileso daquela mesa, abandonando, por mera distração, a causa de ser “O Salvador da Rosa”.
Mas tenho certeza absoluta (mesmo que esteja cometendo pleonasmo) de que a essência daquela rosa permanecerá nos anais da história da minha vida. Continuo sem entender o motivo deste texto, mas hei de discernir o porquê de esse fato ter acontecido. Só não se vou conseguir em meio a tanta confusão que me ocorre agora.
Mas em meio a tantas pessoas que insistiam em puxar assunto, algo com caule e pétalas me chamou a atenção e arrebatou-me os sentidos, e você já sabe o que é.