quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Teimosia


Por um triz você pega
Ou por dois trizes você me cega
Pois apela ao me ver com ela
Com um paliteiro quase minha vista afeta

A repreensão tu não encerra
Vou-me embora
Deixo a porta entreaberta
Num xingamento de alfa a beta

Procurei a pista certa
Nesse vaivém que num cessa
Perguntando mesmo: “Se você te presta?”
A reconciliar-te com um cabra que num acerta

A arriscar em outra paixão incerta
O querer tão raro
Que numa outra vida ou que seja nessa
Vais amar, amar, amar à bessa

Mas vou narrar um fato
E ouça só, ouça essa
Existia um cara, com a seguinte escrita:
“Te chifrei”, no meio da testa

E com tal chapa na fronte só lhe resta
Adivinhar as fuleiragens e festas
Para aproveitar o bagaço
Pois será tudo o que lhe presta

Tão pequeno moído que passará na fresta
Da porta que firmemente agüenta
As fortes batidas e moléstias
De brigas e amores infinitos e sem modéstias

A um amigo meu... (...baixo roubado)


Te levaram, e agora?

Quem vai falar por nós? Ou por mim?

Quem vai agora arrancar-te os sorrisos?

E que dir-te-á ao bailar?

E há de bailar contigo, ó tocador?

Te desafiar à porrada em suas grossas cordas?

Mirar-te da ponte ao cabeçote?

Da solda fixada ao captador de dedos?

Onde estará tua profunda atividade senão na palma de teu dono?

Ó meu instrumento de extenso de braço anabolisado!

Contra trastos a mais, e casas a sobrar em meus membros unhosos!!

Crescem as exclamações para meus gritos!!!

Esperando tu expelires tais melodias!!!

Quais fores tuas mãos guias!!!!!

Sejas melódico e contagiante!!!!!!

Pois já contagiaste a um. Contagia, agora pois, a outro ser!!!!!!

Faze-o requebrar nesses compassos estranhos que outrora soaste!!!!!!!

Fora, sim, aceso em chulas caixas...

Mas que em sentimentos mil, sobrepujaste o cantador irado pela tua performance!

Ouvindo tudo o que ouviste!

Digo-te só uma coisa:

Sejas vivo por uma época!

E sejas companheiro e conserva-te sem arranhões..

Até nos encontrar novamente.