segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sem mais


Temos realmente muito poder em nossas mãos para sujar nossas fichas, poluir águas, acrescentar peso à nossa consciência.
Pendemos mais para o erro do que para o acerto. Estamos mais vulneráveis para os fatídicos e afins.
Às vezes as noites sombrias passam em câmera lenta ofuscando a imensa vontade de ver o sol nascer. E muitas vezes precisamos de óculos de um alto grau para vê-lo reluzir trazendo nos raios um rápido calor de esperança por saber que a estrela mais aguerrida, ainda arde em pleno vigor.
Mas com um pequeno toque de pessimismo convertemos essa luz em trevas dentro do nosso ser confuso, e pobre de amor.

Amor...

Amor...

Amor...

Por mais que tenhamos embasamento intelectual filosófico acerca desse sentimento, ele – o amor – torna-se automaticamente uma vítima do nosso estado de depressão. Ele tenta se aproximar e entrar no nosso coração, mas como que de propósito, jogamos a chave fora e não abrimos mais para ninguém.
Nos agachamos nos cantos mais escondidos e escuros como se aquele pequeno espaço nos trouxesse o silêncio que tanto almejamos, como se as sombras que dominam aquele metro quadrado nos fossem uma trincheira contra acusações, cobranças e decepções.
Meus olhos querem lacrimejar, mas, não é suficiente, nem tampouco alivia, só acentua os tão facilmente multiplicáveis dramas metafísicos, outrora e agora, por mim vivenciados.
Queria, sinceramente ter poder suficiente para materializar toda sorte de sofrimento para poder esmiuçá-la com minhas próprias mãos, e só assim, poder descansar em paz por saber que tudo o que era ruim virou pó.

Sem mais...

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa Nego, eu (pra variar) que fiquei com lágrimas nos olhos ao ler esse texto!
Ficou mais que perfeito.
Não perde para nenhum poeta renomado.
Ficou lindíssimo!!!
Adoreeeei, mas dessa vez, muito mais que dos outros.