quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Teimosia


Por um triz você pega
Ou por dois trizes você me cega
Pois apela ao me ver com ela
Com um paliteiro quase minha vista afeta

A repreensão tu não encerra
Vou-me embora
Deixo a porta entreaberta
Num xingamento de alfa a beta

Procurei a pista certa
Nesse vaivém que num cessa
Perguntando mesmo: “Se você te presta?”
A reconciliar-te com um cabra que num acerta

A arriscar em outra paixão incerta
O querer tão raro
Que numa outra vida ou que seja nessa
Vais amar, amar, amar à bessa

Mas vou narrar um fato
E ouça só, ouça essa
Existia um cara, com a seguinte escrita:
“Te chifrei”, no meio da testa

E com tal chapa na fronte só lhe resta
Adivinhar as fuleiragens e festas
Para aproveitar o bagaço
Pois será tudo o que lhe presta

Tão pequeno moído que passará na fresta
Da porta que firmemente agüenta
As fortes batidas e moléstias
De brigas e amores infinitos e sem modéstias

Um comentário:

Francisco de Assis disse...

Dentro da fresta
da fruta fresca
o bicho resolve
uma equação matemática.

Revolve e encontra
soluções para a conta
um revólver e a ponta
do seu último cigarro.

Decide em seu mundo
que por um segundo
se mataria por dentro

atirou então no próprio umbigo.