quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A um amigo meu... (...baixo roubado)


Te levaram, e agora?

Quem vai falar por nós? Ou por mim?

Quem vai agora arrancar-te os sorrisos?

E que dir-te-á ao bailar?

E há de bailar contigo, ó tocador?

Te desafiar à porrada em suas grossas cordas?

Mirar-te da ponte ao cabeçote?

Da solda fixada ao captador de dedos?

Onde estará tua profunda atividade senão na palma de teu dono?

Ó meu instrumento de extenso de braço anabolisado!

Contra trastos a mais, e casas a sobrar em meus membros unhosos!!

Crescem as exclamações para meus gritos!!!

Esperando tu expelires tais melodias!!!

Quais fores tuas mãos guias!!!!!

Sejas melódico e contagiante!!!!!!

Pois já contagiaste a um. Contagia, agora pois, a outro ser!!!!!!

Faze-o requebrar nesses compassos estranhos que outrora soaste!!!!!!!

Fora, sim, aceso em chulas caixas...

Mas que em sentimentos mil, sobrepujaste o cantador irado pela tua performance!

Ouvindo tudo o que ouviste!

Digo-te só uma coisa:

Sejas vivo por uma época!

E sejas companheiro e conserva-te sem arranhões..

Até nos encontrar novamente.

2 comentários:

Rejane disse...

Seu amigo se foi
mas temos que enfiar em nossas cabecinhas de melão que não há um mal que não venha para um bem.
Talvez você não consiga ver, mas isso de alguma forma te levou a um aprendizado.
Enfim, é triste a dor da perca.
Mas é o preço que pagamos por viver neste mundo!

Francisco de Assis disse...

Possessivo
pro teu amigo
tu cria
épicos.
E ressalta
sob a nuvem baixa
do olhar
que ainda há

aquele baixo em ti.