sexta-feira, 18 de junho de 2010

Amor maduro




Em quase tudo você está

Do lado direito do espelho

Me abraçado e verificando

Se me vesti direito


No porta retratos

Que fizemos com cola e varetas

Onde, por sinal,

sempre combinamos as caretas


Nos jogos do Flamengo

Onde a nossa euforia

Tinha mais acréscimos

E ultrapassava o segundo tempo


Naquelas comidas mal feitas (rs)

Não fazia teu estilo

A tal mulher rendeira

Por isso nas horas famintas

Dávamos boas risadas

Assaltando a geladeira


No jeito simples de amar

Sem grana, carro, nem ônus

Você deitava a cabeça no meu ombro

E dormiamos no banco do ônibus


A gente gostava diferente

Você me puxava p/ o escurinho

E eu com todo meu pudor

Te beijava no meio dum monte de gente


Só que passaram os anos

E veio aquele cara, aquele médico

Nos enviar a notícia

Do meu vindouro tédio


E foi dito e feito

No nosso último encontro

Demos um derradeiro beijo

Onde roubei seu último fôlego

Em nosso alvo leito


Mas nada hoje me entristece

Nem o tédio, nem a tarde

Nem o fel da velha idade

Ih! Lá vem nossa filhinha

Falaremo-nos mais tarde.


Sempre te amarei...



2 comentários:

Francisco de Assis disse...

Puxa a cadeira
me sirva um copo de vodka
pra que eu não desmaie
no segundo ato da sua poesia sódica.
Castigo!
Dirão gritando em nossas cabeças
o tal eu lírico
não fizemos o que podíamos
mas acreditamos no impossível
então
acalma-me com o etílico.

O que diz o maduro ao novo?
Não tentes, não testes.

Não há nada de maravilhoso no amor.
Há uns corpos colados
talvez se seguindo
mas é isto e só
algo que sirva como anestésico.
Mê dê um copo de vodka.
Não pura.

Adicione presença,
com um pouco de energético.

Maiara Zortéa disse...

por meio desta venho agradecer
o comentário, a poesia
e assim dizer
que tens talento, amigo.

continue por este caminho
que o seguirei no encalço!
me despeço, me deslaço

e sigo.

:D