terça-feira, 12 de maio de 2009

Hamas, terrorismo ou libertação?



Engraçado, quando estou a conversar sobre assuntos do tipo: guerra, terrorismo, Oriente Médio e conseqüentemente a longínqua guerra entre israelenses e árabes, é normal (normal até demais) ver aquele estereotipado sentimento de raiva para com o grupo Hamas.
Afirmo com veemência que não há motivos para odiar tanto esse grupo sem ao menos saber a razão pela qual ele existe, luta, bombardeia ou sei lá, use sua imaginação...
O Hamas, ao contrário do que a grande mídia brasileira prega e tacha, não é um grupo de seguidores de Osama Bin Laden doidos para serem como o mestre. Muito pelo contrário, é um grupo politicamente organizado que, pasmem, ganhou as eleições democráticas da Palestina em janeiro de 2006 e desde então está no controle do tão subjugado país.


MAS QUAL É O MOTIVO DESSA GUERRA?


É importante que relembrar o principal motivo da guerra que já dura mais de meio século. Como está registrado nos anais da história do Oriente Médio, os judeus que não foram mortos no holocausto promovido por Adolf Hitler na Alemanha foram remanejados pela ONU a terras que até então pertencia aos palestinos. O resultado dessa imigração foi uma ocupação final de 78% do território palestino que ocorreu após a homologação do Estado de Israel (na terra dos islãs) que ocorreu em 14 de maio de 1948. Embora a terra prometida estivesse sendo entregue nas mãos dos judeus, a estrela de Davi erguida pelos israelenses vem sendo ofuscada pela falta de diplomacia que, desde então, reverbera em todo o mundo em virtude da guerra contra os árabes.


E O QUE O HAMAS TEM A VER COM ISSO?


O Hamas, além de governar (e muito bem) a Palestina, exerce o papel de defensor do território e dos valores morais e religiosos do país. Pois, como se não bastasse a Israel receber (repito) 78% de um país todinho só para ele, mata milhares de civis nos ataques às terras palestinas.
Com citei acima, o Hamas ganhou as eleições e governa muito bem o país. Isso é fato, mas não é pregado pela mídia. Embora o grupo tivesse o objetivo central de implantar ideologias religiosas e militares no início do governo, isso não foi posto em prática. Não no tempo esperado pelo grupo, pois as necessidades de um governo que fosse melhor que o anterior, sobrepujaram os planos em longo prazo do Hamas. O governo, que estava sob o domínio o Fatah (em árabe, essa sigla significa “Movimento de Libertação Nacional da Palestina”) estava corrompido quase que por completo. O que se via eram Escândalos políticos e governantes esbanjando prosperidade que contrasta com a pobreza existente em grande parte da Palestina. Isso causou grande fúria por parte da população que, a essa altura, esperava por algo que lhes conferisse segurança, proteção.
É aí que o Hamas entra. Consertou a casa, trouxe à tona a luta pelo direito à não ocupação das terras que lhes sobraram e promove um islamismo aparentemente saudável à população. Lutam por uma vida melhor e mais justa aos pobres, criam programas para resolver problemas mais emergentes e, por isso, tiveram que dar um tempo nas metas de longo prazo, como a luta pela recuperação total de seu território.


A PALESTINA NÃO ESTÁ SÓ


É difícil explicar, mas grande parte dos movimentos de libertação politicamente organizados na Palestina abandonaram a luta pela resistência conta Israel. O Hamas veio em um tempo oportuno, e não merece ser tido como “o único que sobrou”, mas sim como pessoas que embora não tenham valores morais compatíveis aos de todos nós Ocidentais, demonstram uma coisa em comum com nós brasileiros, “não desistem nunca”.

(Texto escrito há cinco meses)

2 comentários:

Rejane disse...

Vou publicar no meu jornal. Quando eu tiver um... rsrs

Francisco de Assis disse...

Fiquei com preguiça de ler

Mas vindo de você

Sei que é bom.